(A Cecília Meireles)
Mesmo se tomasse por empréstimo
tua metáfora quando em mim pousam
leves teus versos, não a poderia tornar minha
que tão íntimo e próprio é meu silêncio
e meu ser vai disperso por outros ventos.
Posso sentir tua beleza recolhida e doce
no que evidente se mostra e no que se intui
na arquitetura sonora de teus versos.
O resto repousa na chave supra-humana
dos enigmas. Por isso então escrevo,
mais nada.
Fernando Campanella, 24 de Agosto de 1986