sábado, 27 de novembro de 2010

CHOVE


Mycena interrupta
Foto encontrada no blog de Taíla www.http://taibioimagens.blogspot.com
Fonte: eol.com.br


CHOVE

a memória como um tronco
e o amor brota-me olhos
de cogumelos azuis

Fernando Campanella

(Nunca esquecerei que à entrada daquela mata, sob a chuva, tinha um tronco e que nele brotou o encanto de cogumelos azuis.)
Fernando Campanella

No vídeo abaixo, minha grande amiga Marialba Matos de Castro, professora de flauta doce e teoria de música em nosso conservatório, e em em faculdade de São Paulo, criadora do grupo de música antiga 'Le Bizarre', canta 'Besame' de Flávio Venturini.

sábado, 20 de novembro de 2010

E ME ALIVIA....


Foto por Fernando Campanella

Eu me alegro
à terra firme
sob meus sapatos
surrados

refaço as pedras
retomo as insanidades
do meio dia

- irrelevantes agora
a velha praga da horta
e os ratos
da minha cozinha -

acaricio as ranhuras
da minha porta

ajoelho, beijo o solo
da alma reencontrada.

(No eco das sombras
já não havia ternura
e podaram-se os jardins
das palavras)

Até que à fria gosma dos musgos
eu me confunda
e a surda ausência me destitua,
amor, me toma, e me alivia.

Fernando Campanella, 2006


domingo, 14 de novembro de 2010

COMO NOS CÉUS



assim na terra
abro as comportas da criação
(e que o espírito da arte me proteja)

Fernando Campanella


Fotos por Fernando Campanella

"Para os gondes, do estado de Madhya Pradesh, na Índia central, a arte é uma forma de prece, eles acreditam que a fortuna cabe àqueles que conseguem uma boa imagem."
Para mim, ela é a forma que encontro de abordar, de intuir a Deus.

(Fernando Campanella)

Fonte: Resenha do livro, A vida secreta das árvores, da editora Martins Fontes.

(Meus agradecimentos a Djabal (http://djabalmaat.blogspot.com/) que me enviou a informação sobre os gondes, e a José Carlos Brandão (http://poesiacronica.blogspot.com/) que fez uma homenagem a mim em seu blog com seu poema sobre a árvore da vida.)

domingo, 7 de novembro de 2010

QUANDO ME FALTAM AS PALAVRAS...




"As palavras correm de mim algumas vezes...
Aí me refugio nas imagens!!"
(Pinacoteca Nacional, São Paulo, enviado por minha amiga Ruby)


Fotos por Fernando Campanella
A casa nas fotos acima não é uma casinha de palha, parece abandonada ao pé de alguma serra de Minas, não tem baunilha nem manacás, mas em agosto/setembro fica toda juncada de flores de ipê amarelo. Nela, como em tantas outras, minha alma habita quando me faltam as palavras e a memória me fala.
Minha homenagem ao grande seresteiro e poeta do Norte de Minas, Godofredo Guedes, pai de Beto Guedes, com sua 'Casinha de Palha', no vídeo abaixo: