Foto por Fernando Campanella |
...E
nenhum rumor de água a latejar na pedra seca...
(T.
S. Eliot, “A terra desolada”,
tradução
de Ivan Junqueira)
E quando dei por mim
vi um molusco
arrastando nos ombros
o tempo da casa.
Vi um monge rondando em ócio
– o hábito
a chama
e a mariposa alucinada
folhas caducas
espectros
(os ecos, os ecos)
a roda tocada à memória.
Vi a turbulências das moscas
a lava
e a concha sonhando a asa.
Quando cheguei ao limbo de mim
e o vento seguiu
senti um abandono
uma distância sem-fim.
Pesei o silêncio
e o mundo certo
que perdi –
vi a pedra chamando a água.