Mais uma vez, o bloco da Gertrudes saiu nas ruas nesta terça-feira passada de carnaval.
Sem o luxo das escolas de samba oficiais da cidade, as pessoas que o integram vestem-se como podem,como querem, a maioria dos homens e meninos com indumentária feminina. O que contam são a simplicidade e a vibração nas mãos e nos pés.
O bloco em questão é uma versão atualizada, ou até mesmo um prolongamento, do antigo Bloco da Vaca, que tanto nos alegrava nos antigos carnavais da cidade. Naquele tempo, os criadores e integrantes do grupo saíam às ruas também na terça-feira, pedindo algum trocado para beberem, um dos quais transportando um arcabouço de uma vaca preta que realmente excitava as
crianças (diferente da versão mais colorida e estilizada na foto acima).
No Bloco da Gertrudes da atualidade até meninos e meninas se juntam à bateria com seus instrumentos, como tambores, pandeiros, cornetas, etc.
Sempre presentes na celebração, a saudável irreverência e a descontração (ou desconstrução). Aqui, um rapaz vestido de noiva borbulha em alegria.
O batuque e as cores dos tambores dão o tom e o brilho essencial à festa.
Mesmo que não se toque bem algum instrumento, não há que se preocupar,um ritmo básico já basta, e , no conjunto,todos se harmonizam nesse evento, parte de uma celebração que acaba se transformando no maior espetáculo coletivo do planeta.
Mas há bons ritmistas participando da folia também.
"E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade..."
(Carlos Lyra, Marcha da quarta-feira de cinzas)
(Carlos Lyra, Marcha da quarta-feira de cinzas)
...Pra tudo se acabar na quarta-feira? Em termos. O show continua e no ano que vem, no mesmo horário, no mesmo local, sob sol ou chuva, o Bloco da Gertrudes concentra-se para botar a alegria nas ruas novamente.
(Meus agradecimentos aos integrantes do bloco que tão bem me receberam e permitiram que os fotografasse.)
(Fotos e texto por Fernando Campanella)