sexta-feira, 20 de agosto de 2010

REVISITANDO (INTERLÚNIO)


Foto por Fernando Campanella


...de onde esta concha
que verbaliza os pássaros?

este azul
que esfuma os montes
e inventa um céu

meu poder de ficção

meu sonho
que paira tão alto
e para sempre me escapa...

Fernando Campanella (Trecho do poema Interlúnio)

Galen Smith, que canta e toca 'Scarborough fair ' no vídeo feito para um projeto escolar, abaixo, nos diz que essa canção, popularizada por Simon and Garfunkel no final de década de sessenta, é na realidade uma balada tradicional folclórica inglesa. Sua criação remonta pelo menos a duzentos anos.
Os versos, segundo algumas pesquisas, eram para ser cantados em dueto, alternadamente, onde um amante imporia ao outro tarefas impossíveis de serem cumpridas. Pela realização das mesmas, provariam que verdadeiramente amavam, merecendo do mesmo tanto ser amados.
Uma outra interpretação da letra da música aponta para a desilusão de alguém que pelo amor traído impõe tarefas absurdas à pessoa amada para que esta reconquiste sua confiança.
Qualquer que tenha sido a motivação inicial, o tema dessa melancólica, e ao mesmo tempo bem-humorada canção, parece ser a dúvida acerca da existência de um verdadeiro e eterno amor. Mais a sensibilidade, a dor de um sentimento desacreditado, e a quase impossibilidade de recuperação. No final da letra, após a enumeração das difíceis tarefas, temos estes belos versos:

"... o amor impõe impossíveis tarefas
mas não mais que qualquer coração peça..."

Deixo aqui a tradução de uma estrofe onde podemos sentir o grau de dificuldade, a impossibilidade, mesmo, do cumprimento da exigência imposta:

"...Vocé está indo para a feira de Scarborough?
Salsa, sálvia, rosmaninho e tomilho...
Diga a ela para fazer-me uma camisa de cambraia...
Sem costura nem o bom trabalho de uma agulha
Então ela será o verdadeiro amor de minha vida..."