Ah, este instante na tarde quando o sol bate seu ponto e se despede de um afugentar as sombras, de mais um dia de claro ofício. Pago pelos préstimos ao operário sine qua non com a moeda de meus sonhos, um certo dourar de meus sentidos. Logo à noite vou desejar que no outro dia retorne, que nunca me deixe sem seu brilho. Posso então, a alma estendida, ressonar: a luz, eu sei, em seu percurso também me busca, e sempre haverá de me achar. Fernando Campanella