quinta-feira, 19 de março de 2009
NINFÉIAS
Foto by Fernando Campanella
Eu vou aonde as nuvens
de impossíveis tons se embriagam,
eu nado onde aquáticos leques
se irisam em sonhos
e por arte do encanto se dissolvem.
Eu furto cores,
clico roxos que se miram
em espelhos que me expandem.
Bebo a luz, traço a alma,
eu sou o impressionista ambulante.
Então nem me perguntes
por quais cambiantes geografias me espalho:
meus olhos são câmeras mimadas
meus pincéis são artífices do instante.
Fernando Campanella
CLICK MÁGICO
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Chez Monet et chez moi
"Domingo fizemos um bonito passeio. A chuva que abriu o dia não sustentou-se, e o sol dominou o céu - para nosso alívio e contentamento. Saímos cedo de casa em direção a Giverny, onde Claude Monet, no início do século XX, já um artista reconhecido, recolheu-se para viver e trabalhar. Fomos, portanto, à casa de Monet, com seus jardins, ninféias e atelier.
Não há muito o que dizer, a não ser que vale à pena conhecer. Há flores de tudo quanto é tipo e cores, e o jardin aquático é uma beleza, com pontes, chorões e ninféias. Saíram desses recantos a inspiração para as famosas e gigantescas telas de Monet. Vi delas no Musée Orangerie (já falei disso numa outra postagem) e no Musée Marmottan (que acho que comentei, não sei). De toda forma, são lindas e imperdíveis.
Em Giverny está a fonte inspiradora, na tela o artista inspirado; ou, como nas fotos (retratos) de Richard Avedon que vi numa exposição aqui, o resultado artístico é aquilo que ocorre entre o pintor-fotógrafo e a paisagem-pessoa. [Avedon diz sobre os retratos de pessoas que fez aos montes sobre um fundo neutro: o retrato não é uma representação da pessoa (ou da realidade), mas antes o que subjetivamente ocorre, naquele momento mágico do "click", entre o fotografado e o fotógrafo.* Talvez dê pra pensar assim também sobre Monet-ninféias, embora, não sei, talvez no caso da pintura a habilidade, o talento, o estilo do pintor tenham um outro tipo de presença que a de um fotógrafo..."
(Texto de Mariana, em seu blogger: http://aflora.blogspot.com/2008/08/chez-monet-et-chez-moi.html)
O JARDIM DE MONET
Ninféias, tela de Monet
http://www.jardimdeflores.com.br/floresearte/JPEGS/MONE22.jpg
http://www.youtube.com/watch?v=yVpxLraHphk&feature=related
...O jardim era, de fato, uma obra-prima de Monet - concebido cuidadosamente de acordo com as idéias do artista. Ali, até as formas e as cores das plantas eram selecionadas sob os seus cuidados. Sabe-se, por exemplo, que um dos jardineiros tinha a incumbência de tratar permanentemente de manter a composição das ninféias na superfície do lago, da forma desejada por Monet. Esta área - arranjada de maneira artística e, de certa forma, separada do resto do jardim - com as ninféias, a ponte, a região à margem do lago com salgueiros, íris, agapantos e o arco das rosas tornou-se fonte dominante de inspiração para o artista.Tudo isso ficou registrado não só nas telas. No ano de 1908, ao se referir sobre as paisagens com as ninféias que lhe inspiraram muitas obras, Monet escreveu estas palavras: “Estas paisagens refletidas tornaram-se para mim numa obrigação que ultrapassa as minhas forças, que são de um velhote. Mas, mesmo assim, quero chegar ao ponto de reproduzir aquilo que sinto... e espero que estes esforços sejam coroados de êxito”.
(Trechos do artigo de Rose Aielo Blanco, jornalista e editora do www.jardimdeflores.com.br
publicado na Revista Tempo Verde - ed.Julho/97 )
"Cintilante de cores e reflexos que se misturam, esta paisagem é do lago de nenúfares que Monet construiu em sua casa em Giverny. Monet criava os efeitos de luz cobrindo a tela com pinceladas isoladas de cores diferentes. Quando Monet criou o seu jardim aquático , passou a perceber suas possibilidades pictóricas, utilizando-o como tema e pintando-o repetidamente, até sua morte. Sua primeira série de quadros do jardim, executada nos verdes de 1899 e 1900, reflete as constantes variações de luz e ar através da superfície do lago. Monet não só foi um membro proeminente do movimento impressionista, como também suas experiências com tintas, cores e luz constituíram um ponto de partida para a arte abstrata. Seu quase contemporâneo Cezanne descreveu-o como "apenas um olho, mas, Deus, que olho!".
(Texto do site de projetos de Educação Artística do Colégio 'Rainha da Paz'.)
http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/artes/imagens/im_quatrofases/S_Ninf%C3%A9ias.jpg&imgrefurl