Foto by Fernando Campanella
um sopro
ninguém viu
de onde vem
ninguém sabe*
aonde vai
um vírus
quase
nada
um
ponto
na
enseada
um quantum
envieza o olhar
uma artéria
e Roma não tem bocas
e Inês é folha morta
um dedo de luz
na chuva oblíqua
um arco de cores
instala
um vôo desanda a rota
ninhos desovam
um triz
frio polar
oceanos que resvalam
torres se movem
pés desarvoram
espelhos que descamam
não consigo me achar
um mínimo
e já não me sou
de repente
algo me sonha
Fernando Campanella
ninguém viu
de onde vem
ninguém sabe*
aonde vai
um vírus
quase
nada
um
ponto
na
enseada
um quantum
envieza o olhar
uma artéria
e Roma não tem bocas
e Inês é folha morta
um dedo de luz
na chuva oblíqua
um arco de cores
instala
um vôo desanda a rota
ninhos desovam
um triz
frio polar
oceanos que resvalam
torres se movem
pés desarvoram
espelhos que descamam
não consigo me achar
um mínimo
e já não me sou
de repente
algo me sonha
Fernando Campanella
* "O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde vai - assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito."
(Jo, 3,8)
("Spiritus, ubi vult, spirat: et vocem
ejus audis, sed nescis unde veniat.
aut quo vadat: sic est omnis
qui natus est ex spiritu"
(Jo 3, 8)