Foto by Fernando Campanella
... Como Minas está arraigada em mim! E ainda que sensação de estranhamento e exílio! Meus olhos se regalam de montanhas, copas de árvores, flores do mato e capins. E seguem bandos de garças, recortes brancos itinerantes contra o céu. Despejando seus últimos pingos de ouro nos pastos, o sol realiza a alquimia final do dia. E Minas resiste.
Acodem-me à mente memórias do mundo, de mim. Lembro, vivo lembrando. Mas melhor agora estancar este fluxo perpétuo de imagens, embarcar nesta solidão da quase-noite. A primeira estrela pulsa o olho neutro indecifrável.
Melhor ainda, quem sabe, trazer à alma o consolo universal do Tao:
“...E no entanto, sossega meu coração.Tu vives no seio da mãe do universo.” ...
Trecho de meu escrito 'Junto de Hermann Hesse', de 1994.