Foto by Fernando Campanella
Imagino
que saio a pescar a luz na tarde,
meu samburá a tiracolo,
antes que os deuses do dia
atrelem as carruagens
e o sol se incline na memória
e se afunde no abismo das palavras
Mudo as pedras.
Imagino então
Dona Lua, por puro encanto,
até as franjas do infinito
tecendo um halo
e capturando estrelas
no encalço.
Imagino, imagino
e deste imaginar me reincorporo,
chispo rudes pérolas,
alucino?
Fernando Campanella, Junho de 2007