domingo, 1 de março de 2009

SEGREDO




Foto by Fernando Campanella

Imagino
que saio a pescar a luz na tarde,
meu samburá a tiracolo,
antes que os deuses do dia
atrelem as carruagens
e o sol se incline na memória
e se afunde no abismo das palavras

Mudo as pedras.

Imagino então
Dona Lua, por puro encanto,
até as franjas do infinito
tecendo um halo

e capturando estrelas
no encalço.

Imagino, imagino
e deste imaginar me reincorporo,
chispo rudes pérolas,
alucino?

Fernando Campanella, Junho de 2007

EMILY DICKINSON




There is no Frigate like a Book
To take us Lands away
Nor any Coursers like a Page
Of prancing Poetry—This Traverse may the poorest take
Without oppress of Toll—
How frugal is the Chariot
That bears the Human soul.

EMILY DICKINSON


Não há fragata melhor que um livro
Para a terras distantes nos levar -
Nem corcel algum poderia haver
Como uma página de galopante poesia -
Quão frugal é a carruagem
Que à alma humana conduz -
Sem a opressão do pedágio
Podem os mais destituídos
Empreender esta travessia.

( Livre tradução do poema
de Emily Dickinson por Fernando Campanella)