Foto by Fernando Campanella
Era uma cruz na crista do morro,
lenho engastado de líquens,
pousio de quero-queros;
um espanta-corisco
para quando a tormenta desce
e um ângelus gravitando as asas
na tarde.
Intersecção, e ainda integração
das grandes águas:
braços para as folgas do mundo,
tronco para a continência do céu.
Vocatus adque non vocatus Deus aderit.*
Fernando Campanella, 1991
* "Invocado ou não invocado, Deus está presente" Carl Gustav Jung, o renomado psiquiatra suíço, esculpiu esta inscrição em latim sobre a porta de sua casa em Kusnacht na Suíça. Em uma carta de 19 de Novembro de 1960, Jung explica que o aforismo foi encontrado em uma cópia da edição de 1563 da Collectaneas Adagiorum, de Erasmus, uma compilação de analectos* de autores clássicos. Trata-se, o dito, de um oráculo de Delfos. O psiquiatra o colocou sobre a porta de sua casa para lembrar aos pacientes , e a si próprio, que "o temor a Deus é o princípio da sabedoria" (Timor dei initium sapiente). Para ele, com esse aforismo em mente, uma novo caminho, não menos importante, começava, uma abordagem , não do Cristianismo, mas de Deus em si próprio, e isso lhe parecia ser a questão fundamental.
Traduzido do inglês de:http://www.jungnewyork.com/photo_vocatus.shtml
*Analectos: coleção de escritos, aforismos ou ditos célebres.