Pôr do sol nos contrafortes da Serra da Mantiqueira
Foto by Fernando Campanella
Ah, este instante na tarde
quando o sol bate seu ponto
e se despede
de um afugentar as sombras
de mais um dia de claro ofício.
Pago, pelos préstimos,
ao operário 'sine qua non'
com a moeda de meus sonhos
um certo dourar de meus sentidos.
Logo à noite vou desejar
que no outro dia retorne
que nunca me deixe sem seu brilho.
Posso então a alma estendida
ressonar: a luz, eu sei,
em seu percurso também me busca
e sempre haverá de me achar.
Fernando Campanella, maio de 2007.
Segundo Édouard Schuré, em sua obra 'Os grandes iniciados', o 'Salmo 104' do Antigo Testamento "é uma adaptação poética do 'Hino ao Sol' de Amenófis IV (Akhenaton), faraó do Egito à época de Moisés'.
Abaixo, trechos do Hino ao Sol, de Akhenaton, e do salmo 104, de Davi.
...Quando tu te vais em paz ao horizonte ocidental,
A terra fica na escuridão como morta
Os que dormem encontram-se em suas camas,
As cabeças cobertas com mantas,
Um olho não vê o outro.
Se roubassem seus bens que se acham debaixo de suas cabeças,
Eles nem perceberiam.
Todos os leões saem de suas cavernas;
Todas as serpentes, elas mordem...
Jaz a terra em silêncio.
Seu criador repousa no horizonte...
('Hino ao Sol', Akhenaton)
...Designou a lua para marcar as estações; o sol sabe a hora do seu ocaso.
Fazes as trevas, e vem a noite, na qual saem todos os animais da selva.
Os leões novos os animais bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento...
(Salmo 104, Davi)