quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PRIMEIROS POEMAS (ENSAIO)

Foto por Fernando Campanella

Ensaio

Da mais obscura cela,
dos impenetráveis confins,
um reles mortal, o que vê? 
Aos vermes, o limite da terra,
aos peixes, o lençol do mar,
mas a mim, o que vem?
Minha janela esboça o contorno
de um infinito rasgado de céu...
Inútil ensaio.
Seria este o consolo, 
vislumbrar, somente, 
o que há tanto pedi?
(As asas,
onde as esqueci?)

Fernando Campanella, poema de 1988.