segunda-feira, 27 de setembro de 2010

EM MINIATURA (IN MINIATURE)


Foto by Fernando Campanella

Gosto de pensar na fotografia como a perfeita arte da miniatura, onde comprimimos o mundo, e o universo, por extensão, para que caibam dentro de nossos sonhos.

Fernando Campanella


Foto by Fernando Campanella

(I like to think of photography as the perfect art of miniature, where we compress the world, and the universe, by extension, so that they fit into our dreams.)

Fernando Campanella


terça-feira, 21 de setembro de 2010

CONTRAFORTES


Foto por Fernando Campanella

neste abismo da beleza
suspenso
se não na terra
em qual dos sete céus
me encontro?

Fernando Campanella


FOOTHILLS

at this beauty abyss
suspended
if not on Earth, in which
of the seven heavens
would I find myself?

Fernando Campanella

Vídeo: trecho de Appalachian Spring por Aaron Copland

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CIRCUNSPECTO


Foto por Fernando Campanella

...em algum lugar de um tempo
que só me sabe a memória...
(Fernando Campanella)


Candeeiro à beira da estrada
paisagens de neblinas e comas -
cheiram mimos de melissa
dormem casas sombreadas
pupilas noturnas voam.

Coração circunspecto de Minas,
bate em noite, bate em dia,
abre uma artéria em mim.

Sr. Romildo, do alto de S.Domingos.
Foto (concedida) por Fernando Campanella

(Coração circunspecto de Minas,
bate em noite, bate em dia,
abre uma artéria em mim.)

Vídeo: Beto Guedes cantando 'Noite sem luar', canção de seu pai, Godofredo Guedes.



terça-feira, 7 de setembro de 2010

E SÓ ME LEMBRA (DEAD MAN'S BLUES)


Automat, 1927, tela por Edward Hopper


A minha musa fechou o tempo -
eu canto um blues e não me invento
eu miro o lago e só me lembra
a funda ausência -

sem meus fantasmas
não finco pés
não me sustento.

( Poema da série 'O Eu Confesso',
Fernando Campanella)


Ao buscar uma ilustração para esta postagem, deparei-me com o blog de Andréa, 'Por um triz', onde vi este texto, assinado por ela, que, acredito, de alguma forma enquadra-se no poema acima:

"Para os antigos gregos, Mnemósyne era a deusa da memória, a mãe das nove musas que inspiraram os artistas. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral, como foi a grega, nada mais compreensível que a divinização da memória.

A memória é a mãe das artes, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e dizer o que os "outros" não sabiam.

Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da criatividade. Na filosofia dinstinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, arquivo disponível que se pode acessar a qualquer momento e Anamnese, memória que está guardada em cada um e pode ser recuperada com certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente. A memória era a deusa que permitia a conexão com os mortos, com o que passou, inclusive com o que poderia ter sido, com o que, para sempre, não mais nos pertence... "


Vídeo: Nina Simone, I put a spell on you.