sexta-feira, 26 de abril de 2013

CURANDEIRA



Três vezes Minas me perguntava:
que mal eu corto? – Ferida –
a cada vez eu respondia.
Ela completava o círculo: ferida eu corto.
Às vezes uma lembrança de carqueja
me amarga a língua
e um resquício de mato chimango
me chama de onde vim.
- É cedo, a alma ainda supura.

Bordo cruzes e mantras
em torno à outra dor, que não seca,
a ausência que jamais supri.

Fernando Campanella

(Foto abaixo: Flor mato chimango, por Gilberto Palma, do Flickr:






Flor mato chimango