Foto by Fernando Campanella
um sopro
ninguém viu
de onde vem
ninguém sabe*
aonde vai
um vírus
quase
nada
um
ponto
na
enseada
um quantum
envieza o olhar
uma artéria
e Roma não tem bocas
e Inês é folha morta
um dedo de luz
na chuva oblíqua
um arco de cores
instala
um vôo desanda a rota
ninhos desovam
um triz
frio polar
oceanos que resvalam
torres se movem
pés desarvoram
espelhos que descamam
não consigo me achar
um mínimo
e já não me sou
de repente
algo me sonha
Fernando Campanella
ninguém viu
de onde vem
ninguém sabe*
aonde vai
um vírus
quase
nada
um
ponto
na
enseada
um quantum
envieza o olhar
uma artéria
e Roma não tem bocas
e Inês é folha morta
um dedo de luz
na chuva oblíqua
um arco de cores
instala
um vôo desanda a rota
ninhos desovam
um triz
frio polar
oceanos que resvalam
torres se movem
pés desarvoram
espelhos que descamam
não consigo me achar
um mínimo
e já não me sou
de repente
algo me sonha
Fernando Campanella
* "O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde vai - assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito."
(Jo, 3,8)
("Spiritus, ubi vult, spirat: et vocem
ejus audis, sed nescis unde veniat.
aut quo vadat: sic est omnis
qui natus est ex spiritu"
(Jo 3, 8)
Oi Fernando!
ResponderExcluirEstou de volta depois de um período conturbado e aos poucos vou colocando a leitura em dia. Senti falta de passear por aqui por seus palavreares!
Beijos e boa semana!
Maravilha de poema, me lembra uma verdadeira canção! Superando sempre!! Abraço
ResponderExcluirObrigado, Antonio e Flor. Este poema surgiu de uma fase de transição em minha vida. Tenho um enorme carinho por ele. Grande abraço.
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