Gosto de pensar na fotografia como a perfeita arte da miniatura, onde comprimimos o mundo, e o universo, por extensão, para que caibam dentro de nossos sonhos.
Fernando Campanella
Foto by Fernando Campanella
(I like to think of photography as the perfect art of miniature, where we compress the world, and the universe, by extension, so that they fit into our dreams.)
Foto por Fernando Campanella ...em algum lugar de um tempo que só me sabe a memória... (Fernando Campanella) Candeeiro à beira da estrada paisagens de neblinas e comas - cheiram mimos de melissa dormem casas sombreadas pupilas noturnas voam. Coração circunspecto de Minas, bate em noite, bate em dia, abre uma artéria em mim.
Sr. Romildo, do alto de S.Domingos.
Foto (concedida) por Fernando Campanella
(Coração circunspecto de Minas,
bate em noite, bate em dia,
abre uma artéria em mim.)
Vídeo: Beto Guedes cantando 'Noite sem luar', canção de seu pai, Godofredo Guedes.
Ao buscar uma ilustração para esta postagem, deparei-me com o blog de Andréa, 'Por um triz', onde vi este texto, assinado por ela, que, acredito, de alguma forma enquadra-se no poema acima:
"Para os antigos gregos, Mnemósyne era a deusa da memória, a mãe das nove musas que inspiraram os artistas. Seu simbolismo define que a memória precisa ser criada pelas artes. Numa civilização oral, como foi a grega, nada mais compreensível que a divinização da memória.
A memória é a mãe das artes, por meio delas é que mantém sua existência. Por isso ela presidia a poesia, permitindo ao poeta saber e dizer o que os "outros" não sabiam.
Que a memória seja mãe das musas significa que a lembrança é a mãe da criatividade. Na filosofia dinstinguiam-se dois modos de rememoração: Mneme, arquivo disponível que se pode acessar a qualquer momento e Anamnese, memória que está guardada em cada um e pode ser recuperada com certo esforço. A primeira envolve um registro consciente, enquanto a segunda manifesta o que há de inconsciente. A memória era a deusa que permitia a conexão com os mortos, com o que passou, inclusive com o que poderia ter sido, com o que, para sempre, não mais nos pertence... "