sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

COMO OS ANOS


Foto por Fernando Campanella


aquelas gotas de chuva
nas folhas
pesam, pesam...

e se tornam leves
quando não são mais tempo

e
caem

Fernando Campanella




...Um brinde aos vivos e aos mortos, ao dia-após-dia, ao ano que se desmancha, e ao que principia, à Terra, à nossa espoliada casa, à nossa jornada, ao protocolo de Kioto, à física quântica, a Você, a Mim, à nossa imensa família, aos vários sexos e raças, às nossas diferenças e igualdades,
à utopia, à boa palavra, a um novo milênio, à esperança de um novo mundo, com mais respeito e tolerância, a um Deus, enfim, maior à nossa própria imagem, às cores, ao arco da nova aliança.
Fernando Campanella, passagem do ano de 2006

FELIZ ANO NOVO A TODOS MEUS QUERIDOS AMIGOS DA BLOGOSFERA.


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SINOS DE MINAS


Foto por Fernando Campanella

Dois sinos tocam ao finado,
um maior, como do céu chamando,
e a alma melancólica respondendo
'Já vou indo, meu pai'
é o sino menor dobrado.

Outro sino
nove vezes na tarde badala
ad aeternum evocando a chegada
do antigo anjo dos mitos.

Aqui, sinos não celebram grandes impérios
nem cataclismos rememoram
nem por isso menos sino se torna
o eco do longínquo que sentimos.

Aqui também bate o sineiro
sinos doces, pequeninos
e da branca torre no natal
todo ano como num encanto
desce do Deus menino
um soprinho.

(Fernando Campanella)

UM FELIZ NATAL A TODOS AMIGOS QUE ME VISITAM, QUE SEMPRE DEMONSTRARAM CARINHO E APRECIAÇÃO PELO MEU TRABALHO. O ESPÍRITO DA ARTE (EM DEUS, ACIMA DE TODA HUMANA ARTE) NOS IRMANA.


domingo, 12 de dezembro de 2010

E QUE PASSA...


Foto por Fernando Campanella

Tua beleza, inconsciente de si,
me puxa em seus encantos
para o seu leito.

Mas o que fazer de tua beleza
senao enquadrá-la em vaso
para nutrir a mesa

senão sofrer/gozá-la em doses
de venenos súbitos e densos...

Como um jardineiro de ventos
prefiro ver-te
eras galgando muros
ervas tecendo pastos
ou aérea flor da memória.

Amar tua beleza, não mais,
como cor que não apreendo
rio que não estanco
e que passa...

Fernando Campanella


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

VOA, PALAVRA


Design por Marco Antonio Costa (Marcantonio)
Poema por Fernando Campanella



Voa, palavra

a ave avião



Fotos por Fernando Campanella

(Meu agradecimento ao Marcantonio que fez o belo trabalho com meu poema, tendo como fundo uma obra de Paul Klee.)