Foto por Fernando Campanella
Tua beleza, inconsciente de si,
me puxa em seus encantos
para o seu leito.
Mas o que fazer de tua beleza
senao enquadrá-la em vaso
para nutrir a mesa
senão sofrer/gozá-la em doses
de venenos súbitos e densos...
Como um jardineiro de ventos
prefiro ver-te
eras galgando muros
ervas tecendo pastos
ou aérea flor da memória.
Amar tua beleza, não mais,
como cor que não apreendo
rio que não estanco
e que passa...
Fernando Campanella
Um poema e tanto! E posto sabiamente, para ecoar, entre uma expressiva imagem e um belo vídeo.
ResponderExcluirA foto é muito boa, sugere que há formas de atualizar a beleza que aparentemente já passou.
Grande abraço.
Amigo.
ResponderExcluirQue maravilha!
« Como um jardineiro de ventos »...este verso tem mestria.
Beijinho
És um "jardineiro de ventos", meu amigo. Toda a beleza é efémera. A das flores é tão frágil quanto nós. Salva-nos e própria fragilidade das palavras.
ResponderExcluirUm grande beijo, meu amigo Fernando.
Ferrrrrrrrrr........
ResponderExcluirVocê tem um gosto tão fino e apurado, esse
seu poema é linnnnnnnnndu... e imaculado.
Vc precisa correr, finalizar e editar "seu livro" inacabado...
É uma pena que mais pessoas não tenham acesso aos seus lindos trabalhos.
Que em 2011 tudo se REALIZE.
Sempre torcendo por você!
*.*
A flor da memória
ResponderExcluire o rio que passa
- essa poesia ecoando, ecoando.
Um belo, envolvente mote, a ecoar nos poetas
esse rio que passa e leva
e traz
a flor da memória.
Grande abraço, Campanella.
Delineaste bem a fugacidade da beleza, sua volubilidade. Esse poemas tem imagens delicadíssimas... estou aqui a imagunar o poeta como um "jardineiro dos ventos"...
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