quinta-feira, 17 de março de 2011

UMA SÚBITA LUZ CORTA O TEMPO



...sei que os bezerros às vezes param
e me observam
quando por sobre o muro de silêncio os contemplo -
é quando uma súbita luz corta o tempo -

depois nada mais acontece
a não ser o delicado ruminar de bezerros
absolvendo a tarde de metafísicas inúteis

Fernando Campanella, 1993



Fotos por Fernando Campanella


(Meu agradecimento a Leila Laderzi, minha grande amiga, pela criação do novo cabeçalho para o blog.)

6 comentários:

  1. Ótimo! E quanta metafísica inútil já tentaram infundir na natureza, já ensinava mestre Caeiro.

    Que paisagens, hein! A primeira chega a lembrar um certo Cézanne.

    Um abraço.

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  2. É, Marco Atonio, o mestre Caeiro sabia ouvir a natureza, longe dos ecos humanos. Mas há um grande dilema: ser natural seria negar o humano? Prefiro sentir que a poesia são momentos em que o natural se faz palavra em nós, evocando interstícios de toda uma construção mental.
    Obrigado pela presença, meu amigo. Fiquei feliz por teres apreciado as imagens também.

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  3. O blogue está lindo!
    Este poema é maravilhoso, contido e simples.
    Beijo

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  4. Quando uma súbita luz corta o tempo, procura-se outra luz...
    Um beijo, Fernando.

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  5. Obrigado Ana e Graça , minha amigas de Portugal.
    O poema desta postagem, Ana, foi feito em 93. Na semana passada tirei umas fotos que muito têm a ver com ele. Um trabalho iniciado em 93 e completado agora, bom, completado em termos, uma obra nunca está completa.

    Uma súbita luz corta o tempo Graça, e eternidade cai como uma bênção sobre nós.

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