terça-feira, 20 de novembro de 2012

ANSEL ADAMS, AARON COPLAND, E A ARTE

Trabalhos de Ansel Adams encontrados na Internete

Appalachian Spring, obra do compositor norte-americano Aaron Copland, apareceu em minha vida em uma fase de grande inquietação da sensibilidade, de busca de alguma vazão pela arte, além da poesia, porém ainda sem os meios definidos para tal.

Algum tempo depois comecei a me dedicar à fotografia, a princípio como diversão ou passatempo, vindo a transformar-se a mesma em um canal para a expressão artística que sempre esteve latente em mim.

Há alguns meses pesquisei sobre Copland e, para minha surpresa, encontrei um trecho da Appalachian Spring no youtube como fundo musical para a apresentação de imagens de Ansel Adams, renomado fotógrafo norte-americano (1902-1984).

Impressionado com a beleza das fotos de Adams, em preto e branco, feitas com câmera analógica, senti uma grande identificação com o artista, surpreso por certa semelhança de seus temas com meu trabalho, respeitada, obviamente, a distância técnica entre as criações do grande mestre e as minhas.

Considerado grande fotógrafo do século XX, Ansel Adams fez história com as imagens deslumbrantes de paisagens que nos legou, particularmente as do Parque Nacional de Yosemite, localizado nas montanhas da Serra Nevada, na Califórnia, local que visitou todo ano, de 1916 até o final de sua vida.

Foge ao objetivo desta postagem discorrer minuciosamente sobre os processos e técnicas tão especiais de fotografia criados e desenvolvidos pelo artista. Os mesmos são descritos nos livros que escreveu, dentre os quais a série de três obras: A Câmera, O Negativo, A Cópia.

Mas, em resumo, podemos dizer que o fotógrafo demonstrou extremo rigor técnico em seu trabalho, começando pela escolha da máquina apropriada, "com seus ajustes precisos em função daquilo que o fotógrafo visualizou", passando pela reprodução no negativo daquilo que "o fotógrafo apreendeu na visualização, não necessariamente uma reprodução fiel da realidade. A técnica entra, assim, como um instrumento que flexibiliza o olhar e permite que o artista veja mais além, produza as imagens que sua mente visualiza a partir de uma cena".

Uma das citações de Adams sobre sobre a fotografia: existe gente demais fazendo somente o que lhe disseram para fazer. A maior satisfação que podemos obter da fotografia está na realização de nosso potencial individual, na percepção única de algo e em sua expressão por meio da compreensão dos instrumentos. Tire proveito de tudo: não se deixe dominar por nada, a não ser por suas próprias convicções. Qualquer esforço humano que valha a pena depende de muita concentração e grande domínio dos instrumentos básicos.

Levanta-se a questão de o fotógrafo ter se escravizado a esse rigor técnico que sempre perseguiu e postulou em seus livros, porém isso não obscurece seu  mérito de fotógrafo genial, mundialmente consagrado.

Minhas experiências, o que fui vivendo e conhecendo, a Appalachian Spring, de Copland, a fotografia de Ansel Adams, Minas, e tanto mais, refletiram-se e irão se refletir na arte da fotografia que tento criar. E nas palavras de Adams:

"Não fazemos uma foto apenas com uma câmera; ao ato de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos."

(Fernando Campanella)

(Fontes de pesquisa: Wikipédia e Pensador.info)

Aqui, os links de um site onde postei as três fotos minhas em que percebi uma identificação temática com o trabalho de Adams, nas três fotos dele que abrem este post:

1)   http://www.flickr.com/photos/campanula/7739250216/in/set-72157621907249679

2)   http://www.flickr.com/photos/campanula/8180085098/in/set-72157622573151732

3)   http://www.flickr.com/photos/campanula/7354811286/in/set-72157626781448806

Abaixo, o vídeo com as imagens de Adams e um trecho de Appalachian Spring  de Aaron Copland:



9 comentários:

  1. Aaron Copland e Ansel Adams, juntos, são quase um Campanella.
    Saudades, seo moço sumido.

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  2. Opa, Roberto, sumido está vc. Por onde anda, voltou ao blog? Preciso passar por lá. Saudade de vc tb.

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  3. Querido amigo, seu texto é uma bela homenagem a esses dois muito queridos e admirados artistas. A paisagem de Adams e a paisagem musical de Copland parecem mesmo que se complementam e são arrebatadores. Em nossos dias confusos e cheios de feiura é um verdadeiro alento rever Copland e Adams. Obrigado por trazê-los de volta à nossa memória, meu caro artista.

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  4. "trazemos todos os livros que lemos, as música que ouvimos, as pessoas que amamos." Talvez muito mais, Fernando! A alma tem continentes insuspeitados. Amei a postagem, viu? Há cantos e recantos na blogosfera que visito sempre que passo por aqui. E este é um deles.

    beijos.

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  5. Obrigado, Henrique, amigão. Devo o conhecimento do Copland a você, assim como tantas outras coisas boas que você me tem passado. Não tenho palavras direito pra exprimir a saudade que sinto de quando vocês moravam em Gonçalves. Abração.

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  6. Obrigado também, Ana, e, sim, trazemos muito , muito mais, coisas que em conseguimos definir. Fiquei muito contente com tua presença e comentário aqui. Abração.

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  7. Prazer duplo vir aqui. Encantaram-me as imagens de Adams e as tuas também.

    Grande abraço.

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  8. Muito obrigado, Sonia, pelas palavras. O Adams foi, é, um grande artista, que levou a fotografia definitivamente ao patamar de arte com seu trabalho, sua técnica e suas ideias. Forte abraço em você e no Brandão.

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