Foto por Fernando Campanella |
"...Mas escuta, ó meu coração, o canto dos marujos!"
(Mallarmé)
Não sou um homem de cartas marcadas,
o destino, vulgo sorte, fez-me à parte,
não me quis.
Tranquei-me em chaves desde a infância
e onde as deixei, esqueci.
Na contramão das grandes rotas, não demarquei
terras, não publiquei um livro, não amealhei
títulos ou troféus -
não me mudei quando jovem para Nova Iorque
não me viu a TV, nem me fisgaram
os olhos oblíquos dos jornais.
Semeando em campos tão áridos, que cansaço
trazem as glórias do mundo, a mim, que delas fugi,
e nunca as colhi.
Somos dois? Somos tantos, companheiros?
Embebedemo-nos de nosso infortúnio
até o fastio, até sangrarmos, pois
e dobremos os lenços, desbravando o silêncio,
dos elos fortuitos, das graças modestas,
que vem do mar.
Fernando Campanella
o destino, vulgo sorte, fez-me à parte,
não me quis.
Tranquei-me em chaves desde a infância
e onde as deixei, esqueci.
Na contramão das grandes rotas, não demarquei
terras, não publiquei um livro, não amealhei
títulos ou troféus -
não me mudei quando jovem para Nova Iorque
não me viu a TV, nem me fisgaram
os olhos oblíquos dos jornais.
Semeando em campos tão áridos, que cansaço
trazem as glórias do mundo, a mim, que delas fugi,
e nunca as colhi.
Somos dois? Somos tantos, companheiros?
Embebedemo-nos de nosso infortúnio
até o fastio, até sangrarmos, pois
e dobremos os lenços, desbravando o silêncio,
dos elos fortuitos, das graças modestas,
que vem do mar.
Fernando Campanella
Desbravar o silêncio e usar as palavras com emoção. Gostei do poema. O vídeo é mesmo repousante...
ResponderExcluirUm beijo, meu amigo Fernando.