terça-feira, 7 de abril de 2009

TRÊS MAGOS


Foto by Fernando Campanella

Subo novamente pelas encostas de Minas, a cidade vista um pouco mais ao alto. Passo por árvores decrépitas e seus parasitas como hóspedes, troncos abraçados em remoto apego de amor, nuvens furtando cores ao sol poente. Ao longe, avisto a sentinela dos montes, contrafortes delimitantes da geografia onde me espaço.

Na sinuosa estrada, cercada por matas, coelhos selvagens saltam, distraídos, dos lados. E voam corujas à boca da noite. Um enorme pássaro em retardo ao ninho ameaça à minha frente as poderosas asas.

Impressões de um crepúsculo, de um prenúncio de noite quando a natureza se insinua e me inspira compaixão, uma doce arritmia, com seus traços inusitados.

De repente, do nada, de um sortilégio no céu, uma meia-lua e três risonhos magos ( ou três comadres Marias) desejam-me uma boa noite, ao esmorecer de mais um dia.

Fernando Campanella

3 comentários:

  1. Maravilha, de se ler esse escrito, se sente fazendo parte do lindo quadro pintado pelo autor!! Parabéns poeta!! Abraço...

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  2. Concordo com o Antonio Carlos... uma visão que compartilhamos!

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  3. Esse texto, meus amigos Antonio e Flor, é fruto de um encantamento, de uma tarde, um raro grande momento de felicidade. Grande abraço.

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