Foto by Fernando Campanella
Já não tento reter do dia
a luz que, por exata, concede
a chama alquímica dos amantes
a doçura de pétalas breves.
O tempo tem o galope das Fúrias
ventos que jamais enternecem.
Melhor correr, da memória, o labirinto,
drenar os aquíferos fundos
e aguardar: o que restar
será na noite a forma intáctil,
o espectro redivivo.
(Mais no mundo me tardo,
mais no comando de sombras
me esmero.)
Deus conceda que me baste
este último apelo de náufrago:
a metáfora,
pétala incorpórea com que me visto.
Fernando Campanella (Julho de 2006)
Hoje mesmo li algo do Quintana que falava desse tema: o tempo inexorável, a vulnerabilidade de nossa vida...
ResponderExcluir"Um vôo de andorinha
Deixa no ar o risco de um frêmito...
Que é isto, coração?! Fica aí, quietinho:
Chegou a idade de dormir!
Mas
Quem é que pode parar os caminhos?
E os rios cantando e correndo?
E as folhas ao vento? E os ninhos..."
Bjs.
Esse poema é lindo! Alma pura! Parabéns!!
ResponderExcluirMuito obrigado, Flor, os temas dos poetas são os mesmos, sempre, o que muda é a forma de dizer. Grande abraço.
ResponderExcluirMuito obrigado pela visita , também, Antonio Carlos. Este poema marca meu retorno , após uns 15 anos, á poesia. Grande abraço.
ResponderExcluir