quinta-feira, 16 de julho de 2009

ANTÍQUA (V)


Foto by Fernando Campanella



(... Promessas de novas proles não se cumpriam
que os ninhos eram cinzas por palhas
e os ovos um a um derretiam...)*


Também já senti em minha alma
como nos livros sagrados
a destruição por incluso fogo,
um apocalipse, uma noite
sem as fímbrias das nascentes,
sem os arautos da manhã.
E em cinzas, um fantasma,
um pesadelo deambulante,
me exauri, me desfiz.

Mas algo como um sopro,
de tuas entranhas, Amor,
sussurrou-me, então,
que eu não estava morto.

Fernando Campanella

*Trecho do poema 'Parque das Emas'
de minha autoria escrito em 1989.

2 comentários:

  1. Linda foto, lindo poema. Lindo e intrigante - quem está morto? Que exaustão terrível! De quem? Mas o final - desta pequena parte - explica: o poema é um hino ao amor, que não morre nem deixa morrer.

    Um grande abraço.

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  2. O amor é sempre um sopro de vida!
    Ótimo final de semana
    abraço

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