Foto by Fernando Campanella
(Colônia de nidificação das garças junto ao
rio Sapucaí, Bela Vista, sul de MG)
...Contemplando-as na tarde, consortes, amantes em plena, festiva cumplicidade, ciente de que logo partirão, em incansável saga de asas, para cuidar de outras conquistas, lembro-me dos versos do poeta irlandês Yeats, referindo-se aos seus cisnes selvagens de Coole:
'Entre que juncos edificarão sua morada,
Junto a que lago, junto a que charco,
Deliciarão o olhar do homem quando um dia eu despertar
E descobrir que voando se foram?'
Fernando Campanella
(Trecho do texto 'Saga de asas' sobre a colônia
de nidificação das garças no rio Sapucaí, sul de MG)
TRÊS MARIAS
Três garças na árvore quando passo
Três meninas - de que brincam,
que sonhos em penugens terão?
Três senhorinhas no rio emplumadas
quando volto - o que bicam,
nas águas rasas o que pescarão?
Quando me vou deixo três viúvas penadas -
meus desejos, minhas três graças,
que deuses agora concederão?
Fernando Campanella
Gostei. Lindas as garças, a sua pureza que faz sonhar no entardecer, e lindo o poema, antevendo a perda de algo essencial - essa beleza.
ResponderExcluirAbração.
Olá, Fernando
ResponderExcluirGostei muito da sua visita e me agrada bastante o que estou vendo aqui. É gratificante encontrar alguém que compartilha dos mesmos interesses. São muito bons os seus textos. Encantei-me com as suas garças.
Um grande abraço.
Três palavras para definir o poema: original, sensível, belo. As garças são lindíssimas também.
ResponderExcluirUm abraço
Agradeço muito as palavras que deixou no meu "Ortografia". São momentos como este que transformam o acto solitário de fazer o poema no acto solidário de partilhar a poesia.
ResponderExcluirBeijos.
Olá, amigo!
ResponderExcluirPassei para inteirar-me das novidades
e deixar um forte abraço.