Foto by Fernando Campanella
... os grilos agora tilintam
e a luz da lua
impregna as árvores de um bálsamo...
(Fragmento de um poema by Fernando Campanella)
I
- solitário cri de um grilo
que acasala outros cris
e crispa de amorosa eternidade
a sonolência úmida do jardim -
II
Dança comigo, dama da noite,
inebria-me do sono do mato
ali conspiro com os trevos
à boca miúda
ali a estridência dos grilos
eu acato.
III
Insetozinho mudo
que passas por minha janela
vê, agora não me escapas:
a mesma luz que nos aproxima
em certo ângulo nos fecha.
Abre o jogo, meu amigo,
também não te perguntas
por que Deus se finge em acaso
por que tudo se veste de nada?
Fernando Campanella
Fernando,
ResponderExcluira foto já vale por um poema.
O poeta não precisou mais do que organizar as palavras no poema.
bjs
Muito bom, Campanella. A eternidade no canto de um grilo. A aceitação. Embora a presença do nada. Temas vastíssimos, intermináveis.
ResponderExcluirAquele abraço.
Foto e poemas - uma excelência!
ResponderExcluirbeijinho
Sem comentários, td q tinha q ser dito, já o foi, pelos poetas aí em cima! Demais mesmo!
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