domingo, 22 de novembro de 2009

REFABULANDO


Cigarra que já deixou o exoesqueleto e agora sobe
à copa da árvore.
Foto by Fernando Campanella

Estas cigarras toantes
flutuam na sã inconsciência
de um sono.

Estas belezas -
não as perturbes, não as toques -
crepitam em líquidas texturas
de sonho.

Mas se buscares que despertem
afina os ouvidos, achega-te,
imperceptível, leve, e mais leve
e como elas, enquanto verão,
arde então, e canta.

Fernando Campanella

3 comentários:

  1. Q maravilha! Lindo poema! Tua arte está cada vez mais apurada! Parabéns! Abraço!

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  2. Olha, a primavera, por aqui, tem se revestido de verde e amarelo, se preparando para a chegada do verão, sempre ao som das cigarras, que nunca são vistas: ficam invisíveis no meio da paisagem urbana. Teu poema tem o poder de nos transportar.

    Bjs.

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  3. Qual é o sentido da vida? Canta, ó poeta, cigarra nua nas árvores da vida.

    Belíssima foto, Campanella. Quem diria! - o conhecimento da cigarra, a arte do poeta, a imagem, a nudez.

    Abraços.

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