domingo, 14 de novembro de 2010

COMO NOS CÉUS



assim na terra
abro as comportas da criação
(e que o espírito da arte me proteja)

Fernando Campanella


Fotos por Fernando Campanella

"Para os gondes, do estado de Madhya Pradesh, na Índia central, a arte é uma forma de prece, eles acreditam que a fortuna cabe àqueles que conseguem uma boa imagem."
Para mim, ela é a forma que encontro de abordar, de intuir a Deus.

(Fernando Campanella)

Fonte: Resenha do livro, A vida secreta das árvores, da editora Martins Fontes.

(Meus agradecimentos a Djabal (http://djabalmaat.blogspot.com/) que me enviou a informação sobre os gondes, e a José Carlos Brandão (http://poesiacronica.blogspot.com/) que fez uma homenagem a mim em seu blog com seu poema sobre a árvore da vida.)

5 comentários:

  1. Há uma estrita equivalência semântica, na época antiga, entre a floresta céltica e o santuário _ nemeton. Na qualidade de símbolo de
    vida, a árvore pode ser considerada como um vínculo, um intermediário entre a terra, onde ela mergulha suas raízes, e a abóbada do céu, que ela alcança ou toca com sua copa. Os templos de pedra só seriam construídos na Gália por influência romana, após a conquista.

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    Na Índia, os sannyasa fazem seus retiros nas florestas, tal como os ascetas búdicos:
    As florestas são tranquilas, lê-se no Dham-mapada, desde que o mundo se mantenha longe delas; nas florestas, o santo encontra seu repouso.

    Do livro: Símbolos
    Jean Chevalier/Alain Cheerbrant

    _______________________________________________

    A grde floresta devoradora tem sido cantada numa abundante literatura hispano-americana inspirada pela floresta virgem, a "madre-selva" (a Vorágine, a Voragem de José Eustacio Rivera).
    Encontra-se concepção idêntica do símbolo floresta em Victor Hugo:
    "As árvores assemelham-se a mandíbulas que roem
    Os elementos dispersos no ar brando e desperto;
    ...
    Para elas, tudo tem sabor: a noite, a morte...
    ... e a terra jubilosa
    Contempla a floresta descomunal a comer.

    (Légende des Siècles, XVIe siécle, Le Satyre)

    _____________________________________________

    Outros poetas são mais sensíveis ao mistério ambivalente da floresta, que gera, ao mesmo tempo, angústia e serenidade, opressão e simpatia, como todas as PODEROSAS MANIFESTAÇÕES DA VIDA...

    COMO NOS CÉUS
    Assim na terra...
    Os espíritos da Arte já estão com você
    meu amigo querido.
    Acredite!

    Paz e Bem!


    *.*

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  2. Como no céu da fotografia: excelente a lembrar-nos que o poema pode ser uma imagem que se completa com palavras. Na terra anda tudo desarticulado...
    Um beijo, meu amigo Fernando.

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  3. geente, que fotos perfeitas!!!! de tirar o fôlego, especialmente a primeira, não as duas!!! parabéns!

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  4. Eu creio que a arte é um meio de elevação espiritual.

    Belas as suas fotos.

    bjs

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  5. Campanella, salve!
    A arte (ou a poesia, a única arte que sei fazer, e olha lá!) é uma forma de oração, para mim.
    Aprendi com a Bíblia, que é um grande poema composto de um mosaico de poemas menores - pura imagem, pura beleza e pura oração.
    Nem sempre a minha poesia - a minha oração - é digna desse nome. Como os personagens da Bíblia (acusam-na de ter todos os tipos de crimes), sou servo das fraquezas humanas.
    A sua poesia, eu o sinto, é uma aproximação de Deus. Costumo dizer que os ateus se esquecem de que o outro nome da transcendência, que eles veem na arte, é Deus.
    Um abraço amigo.

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