domingo, 10 de julho de 2011

CURT0S


Foto por Fernando Campanella

"Há uma só lei da Existência
sob a esfera luminosa:
partilham da mesma essência
homem, estrela, ave e rosa."
(Augusto de Lima, Poesias, p.55)

I

MAIS TARDE, AINDA É MADRUGADA

Os pássaros mais espertos
voltaram aos ninhos
após verem a geada.

II

NEURÔNIOS

A vaidade me cansa
sou velho o bastante
para me tornar criança.

III

MANTIQUEIRA

Luar sobre a noite vasta -
que bicho me coça ? -
contemplação não me basta.

IV

ALDEIA, RAPARIGAS, TRIGAIS...

O rio que passa por entre as palavras
é quando, sempre, e nunca mais.

(Fernando Campanella)







8 comentários:

  1. curtos que reverberam - o jeito que eu gosto.

    abraço, grande campanella!

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  2. Lindo demais,parabéns Fernando, tuas criações são magníficas.Kisses.

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  3. A sensibilidade apurada de sempre aliada a um fino estilo poético. Lindos.

    Vê umas fotos do meu Alentejo no meu blogue pf e diz se não há uma qualquer identidade comum...)

    bjs

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  4. Pequenos, mas a dizerem o essencial da tua sensibilidade poética.
    Um beijo, amigo Fernando.

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  5. Gosto demais desses poemas curtos. Em especial o útimo - o título lembra-me António Nobre, mas as palavras, incisivas, em sua concisão, vão muito mais longe.
    Abraços, Campanella.

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  6. adoro o sofisticado quando dito de forma simples. esse bicho que coça e incomoda precisa ser dito! muito lindo...

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  7. Você já sabe que curto os curtos. E esses seus muito me agradam.

    bj

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  8. Aqui exercitas bem teu poder de concisão. Gosto especialmente de:

    A vaidade me cansa
    sou velho o bastante
    para me tornar criança.

    Há uma saída barroca que já flagrei várias vezes em teus versos.

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