domingo, 28 de agosto de 2011
IMPRESSÕES (DOIS POEMAS NO TEMPO)
Foto por Fernando Campanella
I
Setenta vezes sete vezes
o céu mudou de tom
nas impermanências do dia.
Mas e então?
Melhor, para além da retina,
ser a cor.
Talvez assim alguma diferença faça
que num ponto A do universo
uma supernova exploda
na mais gritante, inconsequente
alquimia.
Fernando Campanella, 1989
II
...bebo a luz, traço a alma,
eu sou o impressionista itinerante
então nem me perguntes
por quais geografias me espalho
meus olhos são câmeras mimadas,
meus pincéis, artífices do instante.
( Fernando Campanella, trecho do poema 'Impressionista', 2007)
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Muito bem. O poeta é artífice do instante. Fixamos a cor do dia, o além-da-cor, com a palavra imprecisa, mas sempre bela.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Intenso e verdadeiro.
ResponderExcluirCompreende-se que a dimensão do tempo é insignificante quando se trata de alma, porque a verdade é que vivemos em ciclos eternos.
Nosso espírito é um vai-e-vem de sentimentos.
Parabéns pelo dom de ser poeta!
Ciclos de cores de um impressionista itinerante que faz do olhar o caminho para entender o universo.
ResponderExcluirUm grande beijo, meu amigo, Fernando.
Esses olhos-câmera, essa alma de poeta, sempre sensíveis para perceber e registrar as múltiplas mudanças.
ResponderExcluirbjs
Amei isso aqui! Suavidade e intensidade misturadas de um jeito singular.
ResponderExcluirAmei!
Bjs
Luiza
www.barracodevidro.blogspot.com