sexta-feira, 23 de agosto de 2013

À NOITE



À noite seguimos descuidados,
por árvores em renques de aromas
entre pétalas em sono de orvalho.

À noite sonhamos em um céu de metáforas
onde a mínima lua
é unha que arrepia segredos,
estrelas são hangares pequeninos,
a sombra, um lobo dócil que nos chama.

À noite, rompemos degredos,
volvemos aos ninhos,
somos meninos –
infância distraída de seus medos.

Fernando Campanella


Um comentário:

  1. Fantástico Fernando!

    Vaguei por entre suas palavras enluaradas, anoiteci por dentro, adormeci menino, só porque é noite, só porque a poesia existe. A tua poesia.

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