Benditos os filhos do ventre da terra que o sol desperta tão cedo que o trigo e a uva aguardam no campo para o mágico processo do pão e do vinho. Benditos os frutos da terra que se abrem à manhã em silêncios e cantos que se mesclam no ar e os filhos da paz que ligam o céu ao mundo, os que reciclam o dia dele retirando sustento e eternidade. Abençoados os que bendizem, os que curam, os que a dor amenizam e que por via da tolerância se entendem. Benditos os que domam a cólera e se transformam no amor, amor que bebe da vida em identidade. Bendito o sol que amadurece os frutos da terra. Mais bendita a luz por que anseia a 'noite escura da alma'. Fernando Campanella, poema escrito em 1984.
uma aragem uma estação um rito de passagem um cão sem pelo em cima do muro não é lava nem gelo nem claro nem escuro uma luz quase sedada em transição (as árvores confrangem os ursos já estendem as camas) um sopro um verso esta alma esvoaçada uma folha de mim à tua janela deixada
Meu agradecimento a minha amiga Sônia Brandão, autora do blog O PÁSSARO IMPOSSÍVEL (http://passaroimpossivel.blogspot.com) pela gentileza de conceder-me sua bela foto para esta postagem (acima) tirada na região de Delfinópolis, cidade próxima à serra da Canastra, sudoeste de Minas Gerais.
...encontre-me lá à fímbria da tarde quando pássaros voarem sobre arrozais em flor...
(...find me there, where the birds flyupon the fields of rice...)
Fernando Campanella, inspirado em 'Fields of Gold', por Sting. (Poem by Fernando Campanella, inspired in 'Fields of Gold', by Sting) Campos de arroz, fotos por Fernando Campanella