segunda-feira, 20 de abril de 2009

ANTÍQUA (I)


Foto by Fernando Campanella

Meu coração tem o lirismo rude
das charnecas (acridoce palavra).
Chegam os ceifeiros e o cortam -
arrancam –lhe os capins e os piolhos -
mas traz a teimosia,
a suave resistência dos restolhos
(bela palavra) : tosa-me o tempo ,
retrocedo, tudo me desaba
mas o que me podam é o que cresço.

Fernando Campanella

4 comentários:

  1. Fernando, uma alegria renovada passar por aqui, sempre belas cronicas e maravilhosos poemas.
    Parabéns pelo belo trabalho.
    Beijos fraternos.

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  2. UMA ALEGRIA PARA MIM TAMBÉM TER VC AQUI, QUERIDA AMIGA, SEMPRE ME INCENTIVANDO, MOTIVANDO. FICO FELIZ EM SABER QUE MEU BLOGGER TE AGRADA E TE TRAZ ALEGRIA. BJOS.

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  3. Gostei muito do seu poema e ao lê-lo veio-me à memória um pequenino poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, uma das poetas portuguesas de que mais gosto:
    "Cortaram os trigos. Agora
    a minha solidão vê-se melhor.
    Um abraço.

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  4. Obrigado, Graça, pela nova visita. Este poema, Antíqua I, é uma daqueles poemas busca nascentes longínquas, e abraça a lírica de Portugal. Sabe, tenho muita identificação com a poesia portuguesa, gosto muito da Sophia, do Eugênio de Andrade, do Miguel Torga, de Florbela, e , claro, do Pessoa, e outros. Volte sempre, é uma prazer ter vc aqui.

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