Campo de girassóis em Lavras, sul de MG
Foto by Fernando Campanella
Sempre reneguei o tango
e os entusiastas de Gardel
longe de mim a passional postura
eivada de desolação e dor
o amor sempre em mim
um campo de mais alvos,
intocáveis, lírios
onde não choveu. Afastei o bruxo, cerrei a tenda
mas na contrapartida
adiei o fruto, me ceguei à cor.
(Violinos eternos , bandoneóns ,
toquem-me hoje um tango crepuscular e tardio,
toquem, que desaprendi o me bastar
e o meu cismar sozinho,
à meia-luz ,
são girassóis que dançam -
todo chama, e torvelinho.)
Fernando Campanella
"Meu coração/ são girassois que dançam" - lindo isso. Lindo o poema, a imagem, o ser, que vai se afastando, tornando-se um ponto, assim como diz o título, à meia-luz.
ResponderExcluirUm abraço do amigo
J. Carlos.
Intocáveis lírios. Girassóis que dançam... Excelente este seu poema, Fernando.
ResponderExcluirUm abraço.
"...o amor sempre em mim
ResponderExcluirum campo de mais alvos,
intocáveis, lírios
onde não choveu..."
Perfeito! Parabéns, teu canto está maravilhoso, cada vez mais. abraço.
Fernando,
ResponderExcluirSerá que você não está se aproximando do tango, no seu estado de espírito (do poema),
nesse trecho? Tenho a impressão que sim.
"(Violinos eternos , bandoneóns,/
toquem-me hoje um tango crepuscular e tardio,/
toquem, que desaprendi o me bastar/
e o meu cismar sozinho,
à meia-luz ,
meu coração
são girassóis que dançam -
todo chama, e torvelinho.)"
Grande abraço.