Pátria: educação e saúde a todos.
(Foto by Fernando Campanella)
(Dedico o texto abaixo, escrito hoje, sete de setembro de 2009, ao meu caríssimo amigo em poesia, José Carlos Brandão.)
Neste dia da Pátria, examinemos alguns chavões que vêm acompanhando, ao longo de nossa história, a nossa mãe gentil:
- Dos descobridores tivemos: ‘...em se plantando (em terra brasilis) tudo dá.' Estavam certos os navegantes. De azeitonas a abacaxis, de cerejeiras a Flamboyants... Mas melhor reconsiderarmos o uso dos agrotóxicos.
- De Charles de Gaulle, ouvimos, supostamente, a pérola: ‘O Brasil não é um país sério.’ Ironicamente, se o fôssemos, sr. estadista, não teríamos entregado nosso ouro, teríamos estabelecido colônias na África e na América.
- Do ufanismo, a máxima: ‘O Brasil será o celeiro do mundo.’ Melhor seria, senhores ufanistas, que nosso país fosse celeiro de si próprio, em primeira instância, pois assim eliminaríamos nossos bolsões de Biafras e Haitis.
-Da ditadura: ‘Brasil, ame-o ou deixe-o.’ Os formuladores dessa bravata realmente não conseguem entender que são os próprios políticos que dão ‘bye-bye’ ao país, refugiando-se em seus paraísos fiscais, os primeiros a deixarem para trás nosso país como um modelo de pátria.
Dos ecologistas: 'A amazônia é o pulmão do mundo'. Muita responsabilidade para esse 'pulmão' arcar com a poluição de todo um planeta, incluso o Brasil.
-Do futebol: ‘Pra frente, Brasil!’ Está certo, sempre pra frente, sem nos esquecermos de que futebol e carnaval não solucionam os problemas de uma nação. Atrás vem injustiça, e gente.
-Do nosso imaginário: ‘Deus é Brasileiro.’ Que maravilha, porém os ‘milagres’ de saúde pública e educação para todos ainda não aconteceram por aqui.
-Da geografia: ‘O Brasil é um país sem cataclismos, sem grandes desastres naturais.’ Sim, porém o clima e a terra também se ressentem de tanto abuso, e maus tratos.
- E, finalmente, da voz geral: ‘O Brasil é um país do futuro.’ Há anos ouço tal previsão. Espero que eu não morra sem vê-la cumprida.
E por falar em país do futuro, vamos torcer para que o ‘Pré-Sal’, não seja mais um ufanismo brasileiro, mais um motivo para entreguismo, ou mais um bolo jamais repartido. E, com tanto petróleo a ser descoberto em nossas águas, que o Iraque não venha a ser aqui.
Feliz dia da Pátria a todos.
Fernando Campanella, 07 de setembro de 2009.
Que - filhos deste solo, estes pequeninos esta mãe gentil e Pátria amada, ouça, o brado e a voz.
ResponderExcluirAbraços,
Maravilha, demais!!! Nossa Pátria mãe Gentil, se orgulha de tamanha homenagem, Perfeito texto!! Abraço!!!
ResponderExcluirMuito obrigado, Campanella. Belo e triste. Costumo me perguntar - ou exclamar: por que a beleza tem que ser triste?!
ResponderExcluirVinicius fez um belíssimo poema sobre a pátria, sem choradeiras, sem nada, com tudo, coisa de poeta. Mas é duro, hein? Não me falem mal da minha pátria! - mas eu posso falar, da pátria, da minha cidade, de Deus, de tudo que eu amo, mas não para estranhos. Eu reclamo porque quero sempre o melhor, o ideal, para o objeto do meu amor.
Minha pátria é a língua portuguesa! - e até aqui iríamos botar reclamações, também à língua queremos o ideal de beleza e perfeição.
E estás tétrico, hein? Que o Iraque não venha a ser aqui! Deus te ouça. (Notícias de guerra, com sangue e destruição já vemos todo dia... Por outro lado, o Brasil acaba de assinar um acordo com a França, o país do racinalismo... É tão bela a língua francesa,
mas enquanto havia um idealista Camus, há muitos Sartres apoiando a guerra em nome de uma causa, quando sabemos que todas as causas se resumem no poder.)
Um grande abraço.