terça-feira, 13 de outubro de 2009

ANTÍQUA III


Foto* by Fernando Campanella

Um eco soprava, eis , agora sei,
o que aquela sonoridade dizia:
sou o deus-memória do alheamento,
o murmúrio, uma quase voz
de um trevo, de um cogumelo ao vento,

de tua alma fendida , rebrotada -
esses ínfimos principados do silêncio.

Fernando Campanella

*As quedas d'água acima são da Cachoeira da Usina, em Natércia, sul de MG. Passei várias vezes por elas, tirei várias fotos, porém essa imagem é única. O que teria proporcionado uma beleza assim? A câmera, o período do dia, meu estado de espírito? Uma junção de todas essas variáveis, mais algo além?

Fotos são como registros de nossa memória, sinestésicos, tantas vezes: a da cachoeira acima, por exemplo, traz suave aroma, roçar de pastos, sonoridades e pausas de antigas éclogas. Um instante feliz para mim eternizado.

Fernando Campanella

5 comentários:

  1. Poeta! O que proprorcionou tão único e raro momento, somente teu espírito poderá te responder, mas olha, pela beleza da imagem, tenho certeza que fez parte de um momento único em tua vida! E como vc disse eternizado, só teu... Parabéns! A imagem é perfeita, o poema, magnífico! Grande abraço

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  2. Lindo poema com uma imagem igualmente linda!
    abraço

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  3. Querido Fernando, é uma emoção inigualável vir a teu blogger!
    Sempre os mais belos e perfeitos textos, amo seus poemas e suas cronicas.
    E gostaria de fazer minhas as palavras do mais que sensível amigo Antônio Carlos, depois dele escrever, qualquer coisa dita, fica sem graça!
    Parabéns!
    Beijos.

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  4. É preciso ter ouvidos de poeta
    para captar na sonoridade e no silêncio
    da natureza a voz de Deus.

    Uma noite de paz!

    Bjs.

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  5. Fernando, é belo o poema, mas a sua foto me chamou ainda mais a atenção. Foi mesmo um instante iluminado que você conseguiu capturar.

    bjs

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