Foto by Fernando Campanella
Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.
O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.
Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?
(Fernando Pessoa, Cancioneiro)
*'Contemplo o lago mudo/ que uma brisa estremece' - versos que abrem o poema do Pessoa, e também abriram-me a poesia no início da década de setenta. Aqui, uma homenagem, com minha foto. Espero que a memória do Pessoa aprove.
Fernando,
ResponderExcluiressa gentil homenagem ao gênio da poesia,
certamente o agrada muito. Ele certamente
sabia que ao tecer os seus versos
a outros poetas servia.
Bjs.
Eu já soube esse poema de cor. Velhos tempos. Tudo de mim: a memória, o esquecimento, a paz da paisagem, a água, os sonhos. Eu estava formando meu repertório de imagens. Já lera a Ode Triunfal, já colhera imagens delicadas entre tantas sensações esfusiantes que o poeta queria explodir, colhera imagens delicadas junstamente porque já aprendia que nelas estava a poesia. Muito bem, Campanella.
ResponderExcluirGrande abraço.
Demais!!
ResponderExcluir