domingo, 29 de novembro de 2009

CLAIR DE LUNE


Foto by Fernando Campanella


A casa com seus enredos
e hábitos
é um caracol em si mesma
dobrada
tão à luz do sol omissa
vedada
onde a torneira do tempo
respinga os silêncios
de cotidianos fantasmas

abriga a tácita ordem -
medos, trancas e trincados -

mas sob a magia da noite
na poeira deixada
ela se isenta da mecânica do dia
e se sonha um blues
ou um Clair de lune...
e resvala pelo cansaço dos poros
pelos desvãos do telhado.

Fernando Campanella

6 comentários:

  1. Que bonito Fernando!
    ...gosto muito do poema e de Bethoven também.
    bj
    Lírica

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  2. Lindo poema meu amigo e a tua predilecção por velhas casas é fascinante.
    Beijinho

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  3. passei pra deixar um abraço e me deliciar com o casamento feliz de imagem e poema.
    admirando,
    Roberto.

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  4. Fernando, gostei muito desta imagem: "onde a torneira do tempo
    respinga os silêncios
    de cotidianos fantasmas".

    Muito boa essa foto.

    bjs

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  5. Mistério poético fantástico, que contagia e faz querer ler, reler, demais Fernando! Parabéns! Hummmm essa imagem?? Sem comentários! Abraço...

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  6. A imagem da casa fascina-me: caracol, respinga silêncios, na ordem da noite que se equilibra nos desvãos do telhado.

    Gostei em especial deste poema.

    Abraços.

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