sexta-feira, 9 de julho de 2010

EFEMÉRIDES (JUNHO)


Araucária, foto por Fernando Campanella

Estamos num lugar de Junho
e qualquer sinal de ausência
é apenas um veleiro
que partiu de nossos dedos.
(Graça Pires)


Junho é um grasnar solitário
é uma gralha
que ao colo da Araucária retorna.

As garras da ave, desprendidas do dia,
soltam as sementes que meus olhos
em silêncio recolhem.

Fernando Campanella

O poema acima foi postado neste blog em Junho do ano passado. Faz parte de uma série de poemetos, Efemérides, que homenageia uma árvore em cada mês. A escolha da mesma se deve algumas vezes ao florescimento em sua estação própria; outras vezes é um certo estado de espírito que determina a associação, como no caso da Araucária, escolhida para o mês do início oficial do inverno no Brasil.
Eu deveria ter postado esse poema no mês de Junho deste ano. Só o faço agora para apresentá-lo aos novos amigos que me visitam. Acredito que os amigos antigos que dele gostaram apreciarão uma releitura.
Esta postagem ganhou uma nova foto de uma Araucária (acima), tirada em Junho passado.
Os versos de Graça Pires que servem de epígrafe ao meu poema encontram-se no comentário que minha querida amiga poeta de Portugal fez ao mesmo na época da primeira postagem.


Os vídeos escolhidos para esta postagem trazem um excelente compositor e violonista brasileiro, radicado na Noruega, que acabo de descobrir, o Eduardo Agni. As músicas são 'Pérola' e 'Oriki', maravilhas.

3 comentários:

  1. Olá, Campanella. O seu poema-efeméride é um convite à poesia - a escrever, a viver a poesia. Imaginbo o grito da gralha, o sol nas asas, soberba, dominando a paisagem. A araucária voa com asas de luz. Tudo é beleza, recolhimento, paz. Os olhos estão prontos, mesmo sabendo que perdem muito, mesmo com o sentido da ausência, para a beleza do verde iluminado.
    Abração.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Lindo poema, querido amigo, mas isso vc já está cansado de me 'ouvires' dizer!
    Que beleza Graça Pires, sou apaixonada por seus poemas, junto aos teus ficam soberbos.
    Um grande e carinhoso abraço, dearest Fernando.
    Kisses.

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