à flor de minhas longínquas águas
(a lua como um barco)
remava o lendário Li Po
Fernando Campanella
Fotos por Fernando Campanella
(templo de meus ruídos secos
e de meus ouvidos gastos,
eis vosso silêncio onde mergulho,
poetas que adoto, a metáfora
singrando o mar enigmático)
Fernando Campanella
Eis a tradução do poema do poeta chinês Li Po, declamado no vídeo acima:
BEBENDO SOZINHO COM A LUA
De um pote de vinho entre as flores,
Bebo solitário. Ninguém me acompanha...
Até que, erguendo minha taça, pedi à lua brilhante
Para trazer-me minha sombra e para que fizéssemos três.
Ai de mim, a lua era incapaz de beber
E minha sombra me acompanhava despreocupada;
Mas ainda por um momento tive dois amigos
Para me alegrarem já no fim da primavera...
Cantei. A lua me encorajava.
Dancei. Minha sombra espojava-se no chão.
Tanto quanto me lembro fomos bons companheiros.
E depois fiquei bêbado e nos perdemos um do outro.
...A boa vontade deverá ser sempre mantida?
Fiquei olhando a longa estrada do Rio das Estrelas.
(Li T'ai Po)
Que enlace maravilhoso, amigo, o das fotos magníficas com a beleza das palavras.
ResponderExcluirGrande sensibilidade!
Também a tradução é linda.
Beijo
Essas suas postagens com três dimensões são incríveis. Os poemas de nobre ascendência. As fotos esplêndidas. Curiosamente, no reflexo da segunda foto, quando ampliada, vemos um rosto de perfil com a fronte se desfazendo em estrelas.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Tudo muito lindo e bem feito! Poema inspirador! Belo trabalho, aqui e como sempre! Abraço...
ResponderExcluirTenho que convir que a poesia é universal. Senão, o que teria a nossa sensibilidade ocidental-brasileira com um chinês tão antigo?
ResponderExcluirO poeta lá e cá reflete-se no Rio das Estrelas.
Abraços.