quinta-feira, 30 de junho de 2011

DA POESIA, SÚMULAS


Foto do blog 'Pro Parnaíba sua revista eletrônica

No que se refere à autencidade da poesia, seria difícil tentar uma súmula do que se tem entendido, através dos tempos, por poesia genuína. (Péricles Eugênio da Silva Ramos, O Amador de Poemas, p.24)


I


Tão real em sua idealidade,

não é de facto, nem de prosa.


II


Vem de longes, sem anúncio ou alarde -

de quando era a cor da pele a palavra.


III


Abro-lhe a janela, que se hospede

mas que arrume novamente o quarto.


IV


Bate-me com os pés seu ritmo,

faz-me dançar qual índio, imberbe.


V


Vive a me lembrar seus cânones,

intemporal, nem se importa

com que os ventos mudem

e que com eles girem as palavras.


VI


Fica o tempo que determina,

que lhe agrada.


VII


Quando parte, sem aviso de volta,

deixa-me crepúsculos

que em surdina reescrevo alvoradas.


Fernando Campanella

3 comentários:

  1. curvo-me diante da tua poesia.

    abraço, caríssimo!

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  2. Parece impossível definir poesia, mas... Lendo sua epígrafe, lembrei-me do poema de Marianne Moore: é nela que se encontra o genuíno. Para que mais?
    Abraços.

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