sábado, 25 de abril de 2009

(E O AMOR QUE AGUARDE)


Tela de minha amiga Horleni
Foto by Fernando Campanella

Quero-te inteira, impossível, e nua
No ruído
Na sonância das harpas

No silêncio
Dos passos da noite na rua

Quero teu corpo, teu retrato
Teu astro

- gênese e posfácio -

Quero o templo absoluto de teu quarto

- E Tua memória,
Dor de minha ausência,
Pedra angular de minha estória -

Quero-te como ninguém assim quis
Como um moinho de ventos
Como sombra feliz

Com o sortilégio dos deuses
Com furor
Com a subserviência dos santos
Com pudor

Na fartura, na insolvência

Com a senha da morte
Com o desencanto
Com a estrela do norte

Quero-te carne em arte

(E o amor que aguarde -
O amor é coisa outra:
É trégua ou sorte)


Fernando Campanella








3 comentários:

  1. Uma linda inspiração... num momento de paixão!
    (E o amor que aguarde)???

    Isso me faz lembrar:

    "Tenho uma paixão
    mas paixão, aleluia,
    páscoa rápido!"

    Gilson hack

    *Mari*

    ResponderExcluir
  2. Maravilha!! Aqui a inspiração foi uma companheira ao máximo! Lindo poema! Superando, safra cada vez mais e melhor!! Abraço...

    ResponderExcluir
  3. Obrigado Mari e Antonio. Este é um poema passional, surgiu de uma inspiração, depois foi só acertar as melhores palavras. Grande abraço. Ah, Mari, gostei muito deste poema do Gilson Hack, muito obrigado, adoro esta interação.

    ResponderExcluir