sábado, 7 de novembro de 2009

POEMAS ANTIGOS (ORÁCULO)


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Sibila de Delfos, by Miguelangelo*

A sibila traçou um dia uma estrela
na palma de minha mão.
Vais longe - dizia-me
quando em meu ouvido
profetizava.
Depois em túneis de brumas densas
desapareceu.

Em seu rastro, promessas de portos -
o prurido do tempo
e a auto-gravitação.

Fernando Campanella, 1989.

1) * Foto: Sibila de Delfos na Capela Sistina. Detalhe do afresco do pintor renascentista Miguelangelo. Rafael, outro pintor do Renascimento, também pintou sibilas na Capela de Chigi , da Igreja romana Santa Maria della Pace.

A iconografia católica renascentista manteve as sibilas gregas pois, por serem dotadas da capacidade de prever o futuro, teriam anunciado a vinda de Cristo.

(Informações obtidas no Wikipedia)

2)Veja o vídeo do youtube 'Cant de la Sibilla - Sibilla Latine':

4 comentários:

  1. Sugestivo poema, Campanella. A gente fica pensando - o que o destino nos prescreveu? Não cremos nessas coisas, mas a poesia faz-nos viajar - e é boa, a viagem. Mesmo com o canto das sereias, essas antissibilas.

    "A sibila traço um dia uma estrela"

    ou:

    "Depois em túneis de brumas densas
    desapareceu."

    - como é bom isso!

    Abraços.

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  2. Resta a dúvida, somos um livro a ser escrito dia por dia, ou nascemos predestinados e apenas desconhecemos os capítulos?
    Um lindo domingo
    abraço

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  3. "Vais longe - dizia-me " Não se enganou a Sibila, pois um poeta tem a magia do tempo.
    Um beijo, amigo.

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  4. Lindo, mistério poético maravilhoso! A Sibila decifrou esse enigma!! Nem precisam mais palavras!Perfeito!

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