domingo, 28 de março de 2010

VÓRTICE


Foto by Fernando campanella

carente
é juba sem pente
dente sem osso

fosso

mundo girando
em vórtice fundo

dentro sem beira
tempo sem flora
quando sem quando

alma que mente
boca que tudo piora

céu sem relento
buraco negro
estrela sem glória

amor indigente
serpente
que a cauda enrola

ora pro nobis

esfinge
que se devora

Fernando Campanella


Vídeo escolhido para esta postagem: Trecho da suíte para piano Op 25, primeira parte, de Arnold Schoenberg, executada por Glenn Could.



Nota: O compositor austríaco, Arnold Schoenberg, 'compôs obras que hoje classificamos como "atonalismo livre". Este conceito tenta dar sentido a uma prática que abandonou as hierarquias tonais. Não mais uma família de 7 notas centradas na polarização entre tônica e dominante. Agora o total cromático de 12 notas passava a ser usado como se todas tivessem a mesma importância...'

(Informação transcrita do blog 'Página de Cultura, por André Egg, link abaixo.)

3 comentários:

  1. Boa noite,Poeta, tudo lindo por aqui,belíssima postagem.Poema, foto,vídeo,perfeitos!
    Ótima semana!

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  2. Um poema retado de bom, como se diz por aqui.
    F: gostei muitíssimo.

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  3. Poema para mexer com o leitor. Fica uma interrogação. Sensações. Um vórtice de sensações - tão contidas que parecem poucas, mas doídas.
    Grande abraço.

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