Tela by Craigie Aitchison* Guardian, El dado del arte 3.bp.blogspot.com/.../Cypress+Tree+and+Dog.jpg
abril são céus azuis
em ciprestes longos
agulhados
e uma brisa
um quase olfato
de outros jardins
submersos
não decodificados -
aves breves
bicam leve
a eternidade
Fernando Campanella
* Comentário extraído do blog ambitosproprios.blogspot.com, a respeito da obra de Craigie Aitchison, cuja tela (acima) ilustra esta postagem:
Na pintura a expressão poética tem sua própia rima e sua própia maneira de seduzir. E em algumas ocasiões, quando é um fiel reflexo da natureza do pintor, chega a tocar o centro de gravidade da sensibilidade coletiva. Este homem (Aitchison) e suas cores são um bom exemplo.
(Javier)
Ouça, abaixo, o Choro número 1 de Heitor Villa-Lobos, escolhido para esta postagem.
1) Devo estar em uma fase lunar, realmente. Mas, revisitando meus poemas, percebo que há no que escrevo quase sempre uma lua, vaga ou explícita, a tocar minhas palavras.
2) Agradeço à minha amiga Maria Madalena que desde o início de nossa amizade acreditou no poema acima, e o adotou, tornando seus esses meus versos.
3) Ouça,abaixo, a Berceuse Op 57 de Chopin, tocado por Arthur Rubinstein.
dentro sem beira tempo sem flora quando sem quando
alma que mente boca que tudo piora
céu sem relento buraco negro estrela sem glória
amor indigente serpente que a cauda enrola
ora pro nobis
esfinge que se devora
Fernando Campanella
Vídeo escolhido para esta postagem: Trecho da suíte para piano Op 25, primeira parte, de Arnold Schoenberg, executada por Glenn Could.
Nota: O compositor austríaco, Arnold Schoenberg, 'compôs obras que hoje classificamos como "atonalismo livre". Este conceito tenta dar sentido a uma prática que abandonou as hierarquias tonais. Não mais uma família de 7 notas centradas na polarização entre tônica e dominante. Agora o total cromático de 12 notas passava a ser usado como se todas tivessem a mesma importância...'
(Informação transcrita do blog 'Página de Cultura, por André Egg, link abaixo.)
- Ontem enxerguei um belíssimo arranjo de nuvens no céu ( foto acima). Registrei a imagem e quando a transferi para o computador vi que seria uma perfeita ilustração para o poema da postagem anterior , 'A tarde às vezes me convida'. Um pouco atrasado, mas não tão tardiamente assim, pois sempre há tempo para nova postagem e a outra imagem está em harmonia com o poema que ilustra. Disponho das duas, pois, e o trabalho fica completo.
- Oficialmente, o outono começa daqui a alguns instantes, às 14.33 de hoje, 20 de Março de 2010.
Época de muitos significados... Retiro então do baú deste blog uma poema apresentado nesta estação, no ano passado. Fica o mesmo como boas-vindas a esse tempo que tanto aguça minhas percepções, que me remete ao poeta antigo, intimista, o qual teima em existir, fala-me de suas coisas, e recusa-se a 'bater as botas' dentro de mim.