Ninfeias-rosa, foto by Fernando Campanella
Meu conhecimento das ninfeias-rosa tem se consubstanciado através da arte. Do primeiro contato com essas exóticas flores surgiu um poema em temática impressionista, com velada referência a Monet e seu jardim das ninféias, fonte de inspiração para o pintor.
Do segundo encontro com essas delicadezas aquáticas, vieram algumas fotos, tomadas à distância devido à impossibilidade de aproximação das mesmas pela sua localização no centro de um lago.
Alguns meses depois, passando por uma cidade vizinha, encontrei as lindas flores, estrategicamente dispostas à beira de uma lagoa. Porém, o local, embora semelhante a um parque, era uma propriedade particular, e só pude fotografá-las ainda à distância, pelos orifícios da tela do seu cercado.
Finalmente, em outra viagem àquela cidade, consegui permissão do caseiro da propriedade para entrar no recinto e fotografar aquele tesouro de perto. O empreendimento compensou-me então com belas imagens.
Não procurei entender por que as ninfeias começaram a ocupar este espaço em meu poemas ou fotos. Não tento discorrer racionalmente sobre o que me leva a buscar certos temas em minha criação. A arte tem sua lógica própria e uma vez que a ela nos abrimos tece sua própria teia, à nossa revelia. Há algo intuitivo no âmago de quem cria que o leva na incansável busca de seus motivos, de sua expressividade.
Mas qual artista não sonha com a obra-prima, com o poema mais que perfeito, com a mais irretocável foto, pintura, etc...? Vi através de fotos de um site um lótus-branco no jardim botânico do Rio de Janeiro, o que daria um belo registro fotográfico. Talvez surja-me a oportunidade de visitar e escrever sobre uma vitória-régia na Amazônia, tida como a mais bela flor aquática do mundo. Ou posso fotografar novamente estas ninféias-rosa aqui da região, com maior conhecimento da técnica fotográfica, equipado com uma câmera mais potente e especializada.
São perspectivas que podem se abrir, porém, não há pressa nem ansiedade. Deixo que minha intrínseca aranha, faminta de natureza e estética, vá tecendo em mim sua teia na captura de imagens.
Apenas a título de informação, fiquei sabendo por uma paisagista que as ninfeias-rosa são originárias da Índia. E estive pesquisando também sobre a posição do lótus (uma espécie de ninféia) em meditação, e sobre o Sutra do Lótus, uma das mais importantes transmissões do budismo.
Índia, Budismo e o jardim de Monet devem ter ressonâncias profundas em minha alma, podem ser o substrato de toda essa revelação das ninféias em mim. Mas, como dito acima, melhor não tentar entender. Concedo à minha alma de artista que fale por si própria, buscando seus motivos, revelando certa luz em seus meandros.
Fernando Campanella
Do segundo encontro com essas delicadezas aquáticas, vieram algumas fotos, tomadas à distância devido à impossibilidade de aproximação das mesmas pela sua localização no centro de um lago.
Alguns meses depois, passando por uma cidade vizinha, encontrei as lindas flores, estrategicamente dispostas à beira de uma lagoa. Porém, o local, embora semelhante a um parque, era uma propriedade particular, e só pude fotografá-las ainda à distância, pelos orifícios da tela do seu cercado.
Finalmente, em outra viagem àquela cidade, consegui permissão do caseiro da propriedade para entrar no recinto e fotografar aquele tesouro de perto. O empreendimento compensou-me então com belas imagens.
Não procurei entender por que as ninfeias começaram a ocupar este espaço em meu poemas ou fotos. Não tento discorrer racionalmente sobre o que me leva a buscar certos temas em minha criação. A arte tem sua lógica própria e uma vez que a ela nos abrimos tece sua própria teia, à nossa revelia. Há algo intuitivo no âmago de quem cria que o leva na incansável busca de seus motivos, de sua expressividade.
Mas qual artista não sonha com a obra-prima, com o poema mais que perfeito, com a mais irretocável foto, pintura, etc...? Vi através de fotos de um site um lótus-branco no jardim botânico do Rio de Janeiro, o que daria um belo registro fotográfico. Talvez surja-me a oportunidade de visitar e escrever sobre uma vitória-régia na Amazônia, tida como a mais bela flor aquática do mundo. Ou posso fotografar novamente estas ninféias-rosa aqui da região, com maior conhecimento da técnica fotográfica, equipado com uma câmera mais potente e especializada.
São perspectivas que podem se abrir, porém, não há pressa nem ansiedade. Deixo que minha intrínseca aranha, faminta de natureza e estética, vá tecendo em mim sua teia na captura de imagens.
Apenas a título de informação, fiquei sabendo por uma paisagista que as ninfeias-rosa são originárias da Índia. E estive pesquisando também sobre a posição do lótus (uma espécie de ninféia) em meditação, e sobre o Sutra do Lótus, uma das mais importantes transmissões do budismo.
Índia, Budismo e o jardim de Monet devem ter ressonâncias profundas em minha alma, podem ser o substrato de toda essa revelação das ninféias em mim. Mas, como dito acima, melhor não tentar entender. Concedo à minha alma de artista que fale por si própria, buscando seus motivos, revelando certa luz em seus meandros.
Fernando Campanella